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A Circulação Internacional dos Brasileiros: A escolha do destino oferece oportunidades variadas.


                Brevemente eu gostaria de expor um pouco sobre dois capítulos do livro nomeado Circulação Internacional e Formação Intelectual das Elites Brasileiras.  Este livro foi composto sob a organização de Ana Maria F. Almeida, Letícia Bicalho Canêdo, Afrânio Garcia e Agueda Bernardete Bittencourt no ano 2004 pela Editora UNICAMP.  Os dois capítulos que mais me interessam são “Viagens de Estudos ao Exterior: As Experiências de Filhos de Empresários” escrito por Maria Alice Nogueira da faculdade de Educação, Universidade de Minas Gerais e também o capítulo chamado “A Formação e a Inserção Profissional dos Professores de Ciências Humanas e Sociais no Rio Grande do Sul” escrito por Odaci Luiz Coradini do Instituto de Filsofia e Ciências Humanas, Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

                No primeiro projeto de pesquisa, Nogueira analisou alguns fatores anotados das observações das 25 famílias incluídas no estudo.  Ela inclui as famílias para melhor entender as características do filho de cada família.  Suponho que ela está considerando apenas um filho, ou o filho maior, de cada família – fica confuso essa parte.

                No entanto, daí ela começa a dividir os filhos em várias turmas deacordo com várias características; se eles vêm de famílias com empresas de porte pequeno, médio ou grande; se os pais deles receberam um diploma universitário; se os pais sejam “altamente diplomados”, etc. (p.48-9).  Enfim, há várias faixas em que ela aglomerou esses 25 filhos.

               Alguns fatores a autora acha que são claves para entender bem as viagens de estudos ao exterior.  A primera característica que os intercâmbistas ganham é um tipo de capital cosmopolita.  Embora que isto normalmente é tratado como algo já conhecido, ela aprofundou em mais detalhe sobre como os estudantes escolhem e são afetados pelo destino no exterior.  Há grandes diferenças entre a escolha de ir à Inglaterra contra a da Alemanha ou Espanha.  Este tema também é tratado através de vários capítulos desse livro, inclusive fora dos capítulos seleccionados nessa breve análise.  Na segunda leitura do estudo sobre o Rio Grande do Sul, os autores criam faixas entre estudantes que vão à França, Inglaterra e aos Estados Unidos; um segundo blocoque vão até à Itália/Vaticano, a Alemanha/Áustria e a Bélgica; e aquilos que vão à Espanha ou Portugal (p. 228).

                Os outros quatrofatores que eu pensei serem importantes e relacionados ao primeiro são: duração de viagem; se o aluno foi exposto à cultura enquanto ficando no exterior (como medir isso?); questões lingüísticos (e o uso desses idiomas depois de viagem); e outros limitações observados e não observados.  O capítulo de “Qualificação Pós-Graduada no Exterior” escrito por Carlos Roberto Jamil Cury um membro do CNE, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, seria uma boa leitura para continuar a explorar esses temas.

                O segundo estudo foi feito pelo Odaci Luiz Coradini sobre a formação e a inserção profissional dos professores de ciências humanas e sociais no Rio Grande do Sul.  O que foi curioso é que há duas turmas de estudantes que viajam o mais no exterior e entre elas as diferenças são grandes.

“…Os filhos de pequeno ou médio agricultor analfabeto, ou que apenas lê e escreve, no que tange à freqüência nos estudos no exterior, terem sido encontrados numa situação próxima daquela dos filhos de profissional liberal com titulação universitária, dentre outras categorias profissionais dominantes” (p. 214).

“Assim, por razões distintas, os que mais circulam no exterior são, simultaneamente, os mais ‘centrais’ e os mais ‘periféricos’ nessas relações centro-periferia” (p. 215).

                Sobretudo, também temos que lembrar-nos do fato de que à condição de origem de pequeno e médio agricultor também tem uma coorelação de ter vínculos com instituições religiosas.  Embora que ambas asturmas tem altas porcentagens de alunos que vão ao exterior para estudar, as faculdades no estado que estão associadas com uma das duas turmas ocupam pólos extremos de tipo de formação.  Por exemplo, EST, uma faculdade mais periférica e vinculada à ingreja tem maior freqüência de formados em teologia enquanto a UFSM , sendo mais céntrico, vê mais formados em áreas como educação (p. 216-7).

                Em fim, também houve uma observação interessante sobre o que os estudantes “valorizam” mais, a distinção feita entre aquilos que fazem estudos no exterior dos alunos que ficam no Brasil.  Os estudantes que estudam completamente no Brasil valorizam mais “atividades de ensino” enquanto o outro grupo põe mais importância na pesquisa universitária (p. 222-3).  Acredito que isso é devido aos vários fatores, mas também é verdade através de várias culturas, não somente a brasileira.